Freqüentemente pensamos em liderança como algo que tem a ver com um título, uma posição, o número de pessoas que lidamos ou o montante em dinheiro com que administramos, ou mesmo com o tempo de serviço.
Liderança, mais do que qualquer outra coisa, tem a ver com o modo como nós pensamos. Significa colocar em prática a responsabilidade pessoal e optar por fazer uma contribuição positiva, não importa qual a nossa função ou “nível”. Uma recepcionista, um engenheiro, um vendedor, um trabalhador temporário, um caixa, todos eles podem ser líderes. O mesmo princípio vale para todos: pensamos como líderes, então somos líderes.
Vejamos uma história...
“Na névoa densa de uma noite
escura de 1707, a Grã-Bretanha perdeu quase uma frota inteira de navios. Não se travou nenhuma batalha no mar. O almirante, Clowdisley Shovell, simplesmente calculou mal sua posição no Atlântico e a nau capitânia esmagou-se nas pedras da ilha Scilly, uma ponta de ilhas ao longo da costa sudoeste da Inglaterra. O resto da frota seguiu-a cegamente e foi de encontro ao litoral, empilhando-se sobre as pedras, um navio depois do outro. Perderam-se quatro navios de guerra e duas mil vidas.
Para uma nação tão orgulhosa de marinheiros, essa perda trágica foi especialmente embaraçosa. Mas para fazer justiça à memória de Clowdisley Shovell, isso não foi total surpresa. Embora o conceito de latitude e longitude já existisse desde o inicio do século I a.C., em 1700 ainda não se tinha conseguido delinear um modo preciso de medir a longitude – ninguém sabia ao certo que distância havia percorrido para leste e para oeste.
Marinheiros profissionais como Clowdisley Shovell tinham de calcular seu avanço adivinhando a velocidade média jogando um pedaço de madeira pela borda da embarcação e cronometrar quanto tempo levava para flutuar da proa à popa. Forçado a depender de medidas tão rústicas, o almirante pôde ser perdoado por seu grande erro.
O que causou o desastre não foi a ignorância do almirante, mas sua falta de habilidade em medir algo que ele sabia ser de extrema importância – nesse caso, a longitude.”
Um drama semelhante está se desenrolando no mundo empresarial atual: muitas empresas sabem que sua habilidade em manter uma equipe motivada, comprometida e ainda estimulá-los a utilizar seus talentos em benefício da organização é vital para o sucesso contínuo, mas infelizmente elas não têm tido esta habilidade, muito pelo contrário. Por quê? A resposta é escassez de liderança, sobram gerentes e faltam líderes.
Aliás, o termo GERENCIAMENTO, em conotação tradicional, sempre implicou o controle de muitos por alguns. Indica um processo de pensamento autocrático, sistemático e intelectual, e não um processo humano, dinâmico e pessoal. O pensamento tradicional das escolas de administração sempre atribuiu ao gerente, o papel de comandar a organização, como se este fosse um tipo de aparato a ser manipulado.
Devemos deixar para trás a preocupação tradicional com a estrutura organizacional e seus processos e nos mover rumo a um processo de pensamento muito mais diversificado, que enfoque a criação de valor, mobilize a inteligência coletiva e forme um conceito forte da razão de existir da empresa. Temos de aprender como possibilitar que as pessoas da empresa criem níveis, sem precedência de valor para o cliente, para a organização e para si próprias.
Fui influenciado por essas idéias e decidi aprofundar-me no tema liderança e quando pesquisava encontrei na história do grande herói hebreu Neemias um verdadeiro tesouro sobre o assunto.
Ao reler o que ele registrou em um período crítico de sua vida, a narrativa da reconstrução do muro em volta de Jerusalém, provavelmente entre 450 e 400 a.C, comecei a perceber que seu livro é um verdadeiro depósito de idéias sobre liderança e deveria ser leitura obrigatória para todos os que são ou querem ser líderes. Encontrei sete qualidades reveladas por Neemias na qualidade de líder.
Primeira, sua paixão pelo projeto. Paixão, visão, entusiasmo, ação e determinação são absolutamente essenciais para qualquer projeto. Neemias mal dormia de tanto ficar pensando nas dificuldades a enfrentar e imaginando-se envolvido na realização do projeto.
Segunda, sua habilidade para motivar os outros. De que vale a liderança se não puder motivar as pessoas à ação? Líderes como Neemias inspiram os outros a darem o melhor de si.
Terceira, sua espiritualidade. O diário de Neemias está cheio de orações, constantemente lembrando o povo da presença e proteção de Deus.
Quarta, sua firmeza e paciência ante a oposição. Neemias suportou tudo (sarcasmo, fofoca, ironia, ameaças e falsas acusações), recusando-se a permitir que isso o desviasse de seu ideal.
Quinta, seu prático e equilibrado domínio da realidade. Neemias fez os trabalhadores persistirem diligentemente em suas tarefas, mas também colocou homens protegendo o muro caso ocorresse um ataque. Os bons líderes mantêm o equilíbrio necessário entre ser confiante e cauteloso.
Sexta, estava disposto a trabalhar duro e permanecer altruísta. Neemias é o protótipo do líder servidor.
Sétima, teve disciplina para terminar o serviço. Mesmo quando a tarefa perde o brilho, os bons líderes não procuram outro trabalho. Neemias registrou: “Acabou-se, pois, o muro... em cinqüenta e dois dias” Missão concluída!
A boa liderança é tão, ou mais, necessária hoje quanto nos dias de Neemias. O problema não está na falta de oportunidade, mas na carência de candidatos.
DANIEL C. LUZ
Liderança, mais do que qualquer outra coisa, tem a ver com o modo como nós pensamos. Significa colocar em prática a responsabilidade pessoal e optar por fazer uma contribuição positiva, não importa qual a nossa função ou “nível”. Uma recepcionista, um engenheiro, um vendedor, um trabalhador temporário, um caixa, todos eles podem ser líderes. O mesmo princípio vale para todos: pensamos como líderes, então somos líderes.
Vejamos uma história...
“Na névoa densa de uma noite
escura de 1707, a Grã-Bretanha perdeu quase uma frota inteira de navios. Não se travou nenhuma batalha no mar. O almirante, Clowdisley Shovell, simplesmente calculou mal sua posição no Atlântico e a nau capitânia esmagou-se nas pedras da ilha Scilly, uma ponta de ilhas ao longo da costa sudoeste da Inglaterra. O resto da frota seguiu-a cegamente e foi de encontro ao litoral, empilhando-se sobre as pedras, um navio depois do outro. Perderam-se quatro navios de guerra e duas mil vidas.
Para uma nação tão orgulhosa de marinheiros, essa perda trágica foi especialmente embaraçosa. Mas para fazer justiça à memória de Clowdisley Shovell, isso não foi total surpresa. Embora o conceito de latitude e longitude já existisse desde o inicio do século I a.C., em 1700 ainda não se tinha conseguido delinear um modo preciso de medir a longitude – ninguém sabia ao certo que distância havia percorrido para leste e para oeste.
Marinheiros profissionais como Clowdisley Shovell tinham de calcular seu avanço adivinhando a velocidade média jogando um pedaço de madeira pela borda da embarcação e cronometrar quanto tempo levava para flutuar da proa à popa. Forçado a depender de medidas tão rústicas, o almirante pôde ser perdoado por seu grande erro.
O que causou o desastre não foi a ignorância do almirante, mas sua falta de habilidade em medir algo que ele sabia ser de extrema importância – nesse caso, a longitude.”
Um drama semelhante está se desenrolando no mundo empresarial atual: muitas empresas sabem que sua habilidade em manter uma equipe motivada, comprometida e ainda estimulá-los a utilizar seus talentos em benefício da organização é vital para o sucesso contínuo, mas infelizmente elas não têm tido esta habilidade, muito pelo contrário. Por quê? A resposta é escassez de liderança, sobram gerentes e faltam líderes.
Aliás, o termo GERENCIAMENTO, em conotação tradicional, sempre implicou o controle de muitos por alguns. Indica um processo de pensamento autocrático, sistemático e intelectual, e não um processo humano, dinâmico e pessoal. O pensamento tradicional das escolas de administração sempre atribuiu ao gerente, o papel de comandar a organização, como se este fosse um tipo de aparato a ser manipulado.
Devemos deixar para trás a preocupação tradicional com a estrutura organizacional e seus processos e nos mover rumo a um processo de pensamento muito mais diversificado, que enfoque a criação de valor, mobilize a inteligência coletiva e forme um conceito forte da razão de existir da empresa. Temos de aprender como possibilitar que as pessoas da empresa criem níveis, sem precedência de valor para o cliente, para a organização e para si próprias.
Fui influenciado por essas idéias e decidi aprofundar-me no tema liderança e quando pesquisava encontrei na história do grande herói hebreu Neemias um verdadeiro tesouro sobre o assunto.
Ao reler o que ele registrou em um período crítico de sua vida, a narrativa da reconstrução do muro em volta de Jerusalém, provavelmente entre 450 e 400 a.C, comecei a perceber que seu livro é um verdadeiro depósito de idéias sobre liderança e deveria ser leitura obrigatória para todos os que são ou querem ser líderes. Encontrei sete qualidades reveladas por Neemias na qualidade de líder.
Primeira, sua paixão pelo projeto. Paixão, visão, entusiasmo, ação e determinação são absolutamente essenciais para qualquer projeto. Neemias mal dormia de tanto ficar pensando nas dificuldades a enfrentar e imaginando-se envolvido na realização do projeto.
Segunda, sua habilidade para motivar os outros. De que vale a liderança se não puder motivar as pessoas à ação? Líderes como Neemias inspiram os outros a darem o melhor de si.
Terceira, sua espiritualidade. O diário de Neemias está cheio de orações, constantemente lembrando o povo da presença e proteção de Deus.
Quarta, sua firmeza e paciência ante a oposição. Neemias suportou tudo (sarcasmo, fofoca, ironia, ameaças e falsas acusações), recusando-se a permitir que isso o desviasse de seu ideal.
Quinta, seu prático e equilibrado domínio da realidade. Neemias fez os trabalhadores persistirem diligentemente em suas tarefas, mas também colocou homens protegendo o muro caso ocorresse um ataque. Os bons líderes mantêm o equilíbrio necessário entre ser confiante e cauteloso.
Sexta, estava disposto a trabalhar duro e permanecer altruísta. Neemias é o protótipo do líder servidor.
Sétima, teve disciplina para terminar o serviço. Mesmo quando a tarefa perde o brilho, os bons líderes não procuram outro trabalho. Neemias registrou: “Acabou-se, pois, o muro... em cinqüenta e dois dias” Missão concluída!
A boa liderança é tão, ou mais, necessária hoje quanto nos dias de Neemias. O problema não está na falta de oportunidade, mas na carência de candidatos.
DANIEL C. LUZ
Muito bom seu blog!
ResponderExcluirConvido vc a visitar meu blog e se gostar... siga-me!
http://literaturasdomundo.blogspot.com/
Ser líder não é fácil e ninguém consegue ter todas as virtudes necessárias. O ideal é buscar ter o máximo possível de qualidades entre as citadas e saber as características que precisam ser trabalhadas, buscando tornar-se a melhor pessoa possível.
ResponderExcluirUm grande abraço!!!