terça-feira, 5 de julho de 2011

As Bençãos Eternas do Casamento

Acredito que a linda mensagem deste magnífico coro seja o padrão de vida de muitos de nós: “[tentar] ser como [Jesus]”.




Em 16 de julho de 1953, minha amada Jeanene e eu nos ajoelhamos como jovem casal, em um altar do Templo de Manti, Utah. O Presidente Lewis R. Anderson exerceu a autoridade de selamento e nos declarou marido e mulher, casados por esta vida e por toda a eternidade. Não consigo descrever a paz e a serenidade que advêm da certeza de que, se eu continuar a viver dignamente, poderei estar para sempre com minha amada Jeanene e nossos filhos, graças àquela ordenança sagrada realizada com a devida autoridade do sacerdócio, na casa do Senhor.



Nossos sete filhos são selados a nós pelas ordenanças sagradas do templo. Minha querida esposa, Jeanene, e dois de nossos filhos estão além do véu. Eles são uma forte motivação de vida para todos os membros de nossa família, a fim de que juntos recebamos todas as bênçãos eternas prometidas no templo.



Dois dos pilares fundamentais que sustentam o plano de felicidade do Pai Celestial são o casamento e a família. Sua nobre importância é ressaltada pelos esforços incansáveis de Satanás em dividir a família e minar o significado das ordenanças do templo, que unem a família para a eternidade. O selamento no templo adquire maior significado à medida que a vida transcorre. Ele vai ajudá-los a achegarem-se cada vez mais um ao outro e a terem mais alegria e satisfação na mortalidade.



Aprendi uma lição importante com minha esposa. Eu viajava muito devido a minha profissão. Eu estivera fora por quase duas semanas e voltei para casa em uma manhã de sábado. Tinha quatro horas antes de ter que sair para outra reunião. Percebi que a nossa pequena máquina de lavar havia quebrado e que minha esposa estava lavando a roupa à mão. Comecei a consertar a máquina.



Jeanene se aproximou e disse: “Rich, o que você está fazendo?”



Eu disse: “Eu estou consertando a máquina de lavar, assim você não precisará fazer isso manualmente”.



Ela disse: “Não. Vá brincar com as crianças”.



Respondi: “Posso brincar com as crianças a qualquer hora. Quero ajudar você”.



Ela então disse: “Richard, por favor, vá brincar com as crianças”.



Quando ela falou comigo com tanta autoridade, obedeci.



Passei um tempo maravilhoso com nossas crianças. Brincamos de pique e rolamos nas folhas caídas de outono. Depois, fui a minha reunião. Provavelmente eu teria esquecido aquela experiência, se não fosse pela lição que ela queria que eu aprendesse.



Na manhã seguinte, por volta das 4 horas da manhã, acordei quando senti dois bracinhos em volta do meu pescoço, um beijo na bochecha e estas palavras sussurradas em meu ouvido, que nunca vou esquecer: “Papai, amo você. Você é meu melhor amigo”.



Se você não está tendo esse tipo de experiência com sua família, está perdendo uma das alegrias mais sublimes da vida.



Se você é um jovem em idade adequada e não está casado, não perca tempo em atividades inúteis. Siga em frente na vida e concentre-se em casar-se. Não fique à toa nesse período da vida. Rapazes, sirvam uma missão digna. Depois, faça com que sua mais alta prioridade seja encontrar uma digna companheira eterna. Quando achar que está desenvolvendo interesse por uma jovem, mostre-lhe que você é uma pessoa excepcional que ela acharia interessante conhecer melhor. Leve-a para lugares que valem a pena. Mostre uma certa criatividade. Se quer ter uma esposa maravilhosa, você tem de fazê-la ver em você um homem maravilhoso e um marido em perspectiva.



Se encontrou alguém, vocês podem ter um namoro e um casamento extraordinariamente maravilhosos, e serem muitíssimo felizes eternamente, se permanecerem dentro dos limites de dignidade que o Senhor estabeleceu.



Se for casado, você é fiel ao seu cônjuge tanto mental como fisicamente? Você é fiel a seus convênios matrimoniais, de modo a nunca iniciar uma conversa que você não gostaria que sua esposa ouvisse? Você é gentil e solidário com sua esposa e filhos?



Irmãos, vocês lideram as atividades familiares, tais como estudo de escrituras, oração familiar e noite familiar, ou deixam sua esposa preencher o vazio que sua falta de atenção deixa no lar? Vocês dizem frequentemente a sua esposa o quanto a amam? Isso trará a ela grande felicidade. Já ouvi homens me dizerem quando pergunto isso: “Oh, ela sabe”. Você precisa dizer a ela. Uma mulher cresce e é grandemente abençoada com tal afirmação. Expresse gratidão por aquilo que seu cônjuge faz para você. Expresse esse amor e gratidão com frequência. Isso vai tornar a vida bem mais preciosa, mais agradável e cheia de propósito. Não retenha essas expressões naturais do amor. E funciona muito melhor se você a abraçar quando disser isso a ela.



Aprendi com minha esposa a importância dessas expressões de amor. No início de nosso casamento, muitas vezes eu abria as escrituras para dar uma mensagem em uma reunião e encontrava um bilhete carinhoso de apoio que a Jeanene tinha deixado no meio das páginas. Às vezes eram tão carinhosos que eu mal conseguia falar. Aqueles preciosos bilhetes de uma esposa amorosa foram e continuam a ser um tesouro inestimável de consolo e inspiração.



Comecei a fazer a mesma coisa, não percebendo o quanto isso realmente significava para ela. Lembro-me de um ano em que não tínhamos recursos para eu lhe dar um presente do Dia dos Namorados, por isso decidi pintar uma aquarela na porta da geladeira. Fiz o melhor que pude, só que cometi um erro. Era tinta esmalte e não aquarela. Ela nunca me deixou tentar remover aquela tinta permanente da geladeira.



Lembro-me de um dia em que peguei alguns daqueles pequenos círculos de papel que se formam quando você fura um papel e escrevi neles os números de 1 a 100. No verso de cada um, escrevi uma mensagem para ela, uma palavra em cada círculo. Depois, juntei-os todos e coloquei-os em um envelope. Achei que seria algo engraçado.



Quando ela faleceu, descobri em meio a suas coisas pessoais o quanto ela apreciava as mensagens simples que compartilhávamos um com o outro. Notei que ela havia colado cuidadosamente cada um daqueles círculos em uma folha de papel. Ela não só havia guardado meus bilhetes para ela, mas os protegera em envelopes de plástico como se fossem um tesouro valioso. Há apenas um que ela não colocou com os outros. Ainda está por trás do vidro do nosso relógio de cozinha. Nele está escrito: “Jeanene, é hora de dizer que amo você”. Permanece lá e me lembra daquela filha especial do Pai Celestial.



Ao recordar nossa vida juntos, percebo o quanto temos sido abençoados. Não tínhamos desentendimentos em nossa casa nem palavras indelicadas entre nós. Agora compreendo que tal bênção nos adveio por causa dela. Resultou da sua disposição de doar, de partilhar e de nunca pensar em si mesma. Em nossa vida juntos, mais tarde, tentei imitar seu exemplo. Sugiro que, como marido e mulher, façam o mesmo em casa.



O puro amor é um poder incomparavelmente forte para fazer o bem. O amor exercido em retidão é o alicerce de um casamento bem-sucedido. É a principal razão de termos filhos contentes e bem criados. Quem pode medir adequadamente a influência justa do amor de uma mãe? Que frutos duradouros crescem das sementes de verdade que uma mãe planta com cuidado e cultiva com amor no solo fértil da mente e do coração de um filho que nela confia? Como mãe, foram-lhe dados instintos divinos para ajudar você a perceber os talentos especiais e a capacidade sem igual de seu filho. Com seu marido, você pode nutrir, fortalecer e fazer com que esse potencial floresça.



É muito gratificante estar casado. O casamento é maravilhoso. Com o tempo vocês começam a pensar da mesma forma e têm as mesmas ideias e impressões. Haverá momentos em que estarão extremamente felizes e haverá momentos de provação, mas o Senhor os guiará em todas essas experiências de crescimento conjunto.



Certa noite, nosso filhinho Richard, que tinha um problema cardíaco, acordou chorando. Nós dois ouvimos. Normalmente, minha esposa era quem sempre se levantava para cuidar do bebê chorando, mas daquela vez eu disse: “Eu vou cuidar dele”.



Por causa de seu problema, quando ele começava a chorar, seu coração batia muito rapidamente. Ele vomitava e sujava toda a roupa de cama. Naquela noite, eu o segurei bem perto de mim para tentar acalmar-lhe o coração acelerado e fazê-lo parar de chorar, enquanto trocava sua roupa e o lençol. Segurei-o até ele adormecer. Não sabia então que, apenas alguns meses mais tarde, ele viria a falecer. Sempre me lembrarei de quando o segurei em meus braços no meio da noite.



Lembro-me bem do dia em que ele morreu. Quando Jeanene e eu saímos do hospital, parei o carro junto à calçada. Abracei-a. Choramos um pouco, mas soubemos que poderíamos tê-lo além do véu, por causa dos convênios que fizéramos no templo. Isso fez com que sua morte fosse um pouco mais fácil de aceitar.



A bondade de Jeanene ensinou-me muitas coisas valiosas. Eu era tão imaturo, e ela era tão disciplinada e tão espiritual. O casamento oferece o ambiente ideal para superarmos qualquer tendência que tenhamos de ser egoístas ou egocêntricos. Acho que uma das razões de sermos aconselhados a casar cedo na vida é para evitar o desenvolvimento de traços de caráter impróprios que sejam difíceis de mudar.



Sinto pena de todo homem que ainda não tomou a decisão de buscar uma companheira eterna e dói-me o coração de pensar nas irmãs que não tiveram a oportunidade de se casar. Algumas de vocês podem sentir-se solitárias e pouco valorizadas e talvez não consigam ver como lhes será possível terem as bênçãos do casamento e de filhos, ou sua própria família. Tudo é possível para o Senhor, e Ele cumpre as promessas que inspira Seus profetas a declarar. A eternidade é um longo tempo. Tenham fé nessas promessas e vivam de modo a serem dignas delas, para que a Seu tempo o Senhor as possa tornar realidade em sua vida. Com certeza, vocês receberão todas as bênçãos prometidas das quais forem dignas.



Por favor, perdoem-me por falar de minha preciosa esposa, Jeanene, mas somos uma família eterna. Ela estava sempre alegre e feliz, e muito disso resultava do serviço que prestava às pessoas. Mesmo quando estava bem enferma, em sua oração da manhã, ela pedia ao Pai Celestial que a conduzisse a alguém a quem ela pudesse ajudar. Aquela súplica sincera teve resposta muitas e muitas vezes. Os fardos de muitos foram aliviados. Muitos sentiram mais luz na vida. Ela teve continuamente a bênção de ser um instrumento guiado pelo Senhor.



Sei o que é amar uma filha do Pai Celestial que, com graça e devoção, viveu o pleno esplendor de sua digna feminilidade. Estou confiante de que quando, em nosso futuro, eu a encontrar de novo além do véu, vamos reconhecer que nosso amor se tornou ainda mais profundo. Vamos ter ainda mais afeto um pelo outro, depois de passar esse tempo separados pelo véu. Em nome de Jesus Cristo. Amém

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