segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

CARAPAÇA DA LAGOSTA

Quando mudar significa sobreviver...

A lagosta vive tranquilamente no fundo do mar, protegida pela sua carapaça  dura e resistente. Mas, dentro da carapaça, a lagosta continua a crescer. Ao final de um ano, sua casa fica pequena e ela tem de enfrentar um grande dilema: ou permanece dentro da carapaça e morre sufocada ou arrisca sair de lá, abandonando-a, até que seu organismo crie uma nova carapaça de proteção, de tamanho maior, que lhe servirá de couraça por mais um ano.

Vagando no mar, sem carapaça, a lagosta fica vulnerável aos muito predadores que se alimentam dela. Mesmo assim, ela prefere sair. Dentro da carapaça que se transformou em prisão, ela não tem nenhuma chance. Fora, sim. 

Também nós, muitas vezes, ao longo da vida, ficamos prisioneiros de várias carapaças: os hábitos repetitivos, os condicionamentos alienantes, as situações às quais nos acomodamos. Uma grande quantidade de situações que, exauridas e desgastadas, nada mais tem para nos oferecer. E acabamos, por falta de coragem de mudar, nos acostumando ao tédio de uma vida monótona que , fatalmente, como a velha carapaça da lagosta, acabará por nos sufocar.

Façamos como a lagosta : troquemos a velha e apertada carapaça por uma nova. Mesmo sabendo que, por algum tempo, estaremos desprotegidos ao enfrentar uma nova situação. Largar o velho e abraçar o novo é, muitas vezes, a única possibilidade de sobreviver por mais um ano. Até que cresçamos ainda mais e, novamente, tenhamos de mudar de carapaça.

por: LUIS PELLEGRINI      

          

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